7 de dezembro de 2009

O bom filho à casa torna...

Saldo Final


Pois então...
Passaram-se 4 meses. Para ser mais exata: 122 dias.
Durante este tempo conheci muitas pessoas, de todos os lugares possíveis, desde brasileiros até moradores das ilhas Fiji. Ouvi muitas histórias, de gente que viajava por amor e outras por dinheiro. Passei quase 3 meses sem usar salto (record!!!), e usei a mesma calça jeans mais de 30 vezes (vamos deixar claro que não seguidamente heim gente (quase...hehehe). Existem lavanderias rápidas por aqui!...rs).
Ao todo foram 66 viagens, combinadas entre carro, avião, barco, trem e ônibus. 10 países visitados, 37 cidades, e o incrível número de quase 14.000 fotos batidas.
Tive que melhorar o inglês na marra, e se antes era uns 10%, agora é 11%...hehehe.
Aprendi 5 palavras em polonês, um esforço só pra não ser mal educada. Arranhei um “portunhol” e ainda fui elogiada... rs. Tentei aprender italiano, mas confundia com espanhol...rs, e pra não pirar, coloquei um filtro no ouvido... e abstraí o alemão.
Me apaixonei pelos pães poloneses, embora as baguetes francesas sejam imbatíveis. Não experimentei nenhum artigo lícito nos coffie shops de Amsterdam, mas me esbaldei nos sorvetes de Florença. Comi uma pizza napolitana em Roma e experimentei um bom Spritz em Veneza (ao meio-dia!...rs). Aprendi umas receitas espanholas, e o pão tomato é genial. Comi paella espanhola na Itália, e a melhor torta de maçã na Espanha, feita por uma americana de Montana. Provei camarão e queijo parmesão... e gostei (mas vamos combinar que o gosto deles no norte da Itália é totalmente diferente do gosto deles aí no Brasil). Consumi mais maçãs e big mac`s neste tempo do que em um ano no Brasil e comprei mais caixas de croissant industrializado que um mercado de pequeno porte!
Sinto muita falta da comida do Brasil, e penso que a pior adaptação foi neste aspecto. Mas com isso, aprendi a apreciar muitos produtos locais... e vou sentir saudade deles quando estiver aí!
Ganhei uns quilos na Polônia depois de tanto comer besteira. Perdi os quilos em Paris e Barcelona, depois de andar muuuito. Mas ao chegar à Itália, foi tudo em vão...rs. E em Berlim, percebi que não podia mais lavar as calças jeans... entendem o porque né?!...hehehe. Culpa da Itália... ou melhor... da Dona Vally e do Sr. Léo!...rs.
E o saldo final? Muitas histórias, apertos, lembranças, aprendizados, pessoas, sabores, cheiros e sensações... em contrapartida volto sem dinheiro, sem emprego e casa (volto pra casa do papai e da mamãe...rs). Falando nisso, se alguém souber de onde estão precisando de uma aspirante a arquiteta e urbanista e ex-estudante de engenharia, favor entrar em contato... hehehe. Acho que ainda não perdi meu número!
Enfim, estou chegando... e muito F E L I Z !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 
Foi bom ter vocês por aqui...

O tamanho das "coisas" - Parte II: Sintetizando


Continuando o assunto sobre o tamanho das “coisas”, falemos inclusive do tamanho das coisas reais, e que por ora eu só mensurava na imaginação...rs. Mensurava e super dimensionava!!! Hehehehe. Esperava ver todos aqueles monumentos gigantes! E por isso, por vezes, me “decepcionei”. 

A Polônia, por exemplo, foi uma grande surpresa. Se eu fosse citar tudo o que eu esperava, ou melhor, tudo o que eu não esperava deste país... nossa! Precisaria de muito tempo por aqui...rs. No fim, o saldo foi “positivíssimo”! O clima, algumas pessoas, o trabalho, a história... e a certificação de muitos aspectos pessoais, vindos de pessoas que pouco me conheciam... foram de grande valor, e penso que nisso, não consigo colocar tamanho. 

De Praga não esperava nada, mas sendo simplesmente a cidade mais esplendida que já conheci, mesmo que esperasse muito, creio que não me decepcionaria. Conseguiu ser perfeita e me tirar as palavras, mesmo sendo lá o lugar no qual vivenciei pela primeira vez um assalto. Sim, foi para mim o lugar das sensações extremas, intensas e tensas. 

A Torre Eiffel não é assim tão alta... até você decidir subir até o topo e ver Paris do alto. Aquela cidade linnnnda, tão branca e organizada. Parece uma maquete, feita por mãos experientes e perfeccionistas. Aí.... parece que pequena meeesmo, só a Monalisa! 

Amsterdam, com toda a sua liberdade e libertinagem... rs, consegue ter uma atmosfera de cidadezinha do interior. Tá bom, é um exagero. Durante o dia, em certos lugares, parecia a cidade mais caótica que já tinha visto. Tudo parecia muito apertado... as ruas estreitas, muita gente e milhares de ciclistas. Ou melhor, milhares de bicicletas!!! E se perder por lá é a coisa mais fácil. Todas as ruas parecem ser exatamente a mesma rua...rs. Mas por vezes vi cenas lindíssimas ao atravessar os canais, de cima de uma ponte qualquer. A luz é surpreendente... 

Londres é cinza! O céu, os prédios, as pessoas. Falta cor em tudo. É claro que essa é uma análise bastaaante precipitada de uma cidade tão grande, com tantas pessoas, lugares e acontecimentos. Cinza, por exemplo, até você se deparar com um daqueles ônibus de dois andares ou com uma cabine telefônica... tudo vermelhinho! É uma combinação cromática que muito me agrada. E é nessa hora que você tem certeza de que chegou a Londres. O segundo momento de certeza, é quando você, ao atravessar a rua, lê um recadinho no chão, indicando para onde deve olhar, já que o trânsito é ao contrário. Londres é o lugar onde ninguém olha pra ninguém... e a cidade segue frenética, assim como as pessoas e tudo mais. Sem dúvida, o hipocentro das novidades mundiais é exatamente ali. Mas já aviso aos desavisados: o Big Ben é bem menor do que se espera...rs.  

Barcelona... ahhh Barcelona! Meu sonho europeu. Conseguiu sim, ser tudo o que eu esperava... e muito mais! Em termos de qualidade urbana, para mim não há quem sobressaia. Os espaços públicos, desde os grandes parques, até uma ruazinha íngrime, escondida num bairro afastado, conseguem ser perfeitos. O mobiliário urbano que convida as pessoas à apropriação, a luz que induz as atividades, o cuidado com os detalhes que qualifica as fotografias e a consideração com o simples observador. Enquanto a Gaudí... na minha opinião está presente em tudo e somente naquilo em que pôde colocar as mãos e os olhos. Obs: Já sei até onde quero morar... bairro, rua e apartamento...hehehe 

Bilbao foi uma boa surpresa. Muito mais que o Museu Guggenheim! Mas este sim conseguiu ser exatamente como eu esperava. Acho que foi o único. Nem maior, nem menor. Do tamanho exato! E as sensações? Ahhh... não decepcionaram. 

Palma de Mallorca foi um daqueles rompantes. Destino decidido de última hora. E valeu a pena. As pessoas que conheci por lá, em especial uma, que não me ensinou somente como se faz uma boa torta de maçã... mas que também ajudou a lustrar alguns valores. E a cor do mar... desperta uma sensação inexplicável, e o jeito é ficar olhando... admirando... e confirmar a genialidade divina (genialidade sim, porque pra mim, a natureza foi criada!!! Essa explicação vai para uma pessoa específica, mas que eu penso que não chegará a ler estas linhas). 

Roma é uma cidade densa. Em todos os sentidos. E as grandes emoções ficaram por conta de coisas bem menores que o Coliseu, que por sinal também é muito menor do que o esperado...rs, assim como no Vaticano, a Praça de São Pedro e a Pietá do Michelangelo. Já a Basílica, continua monumental. E se a idéia era explicitar a escala do homem frente a Deus... aí eles conseguem...rs. A capela sistina, com a licença de todo o glamour que lhe é dada, impressiona pela qualidade dos planos de pintura. Parece que tudo está em     3D, e que aquelas figuras ficam flutuando e pairando sobre nós. E o Êxtase não foi só de Santa Tereza... 

Florença, meu segundo sonho europeu também não decepcionou, além de ter o melhor sorvete que já experimentei na vida! O Duomo da Santa Maria Del Fiore é incrível! Assim como todo o conjunto: Igreja, campanário e batistério. O tratamento externo das igrejas florentinas, com o uso dos mármores é único. Para as portas de Ghiberti no batistério de São João, faço minhas as palavras de Michelangelo...hehehe: Belas assim, serão somente as portas do paraíso. Fiquei horas admirando aqueles quadros dourados... E o que dizer das esculturas da Piazza della Signoria??? Affff...... 

Veneza é instigante. Cidade pra caminhar e descobrir pérolas. Peculiar... particular... e única. Romântica? Nem tanto...rs. Tudo bem, depende do contexto... mas neste texto, deixou a desejar. Quanto a Praça de São Marcos... jurava que faltava um pedaço...hehehe. Já quanto aos pombos... 

Berlim é correta, organizada e arejada. Muita coisa pra ver, muita história e muita arquitetura contemporânea. Mas se tiver uns dias a mais pra xeretar bastante, descobre-se a “zona” que é essa cidade...rs. No underground, lugar dos improvisos, é que as coisas acontecem e é aí que se encontra a verdadeira beleza “jovem”. 

No fim das contas? ... acho que eu é que me achava muito “pequena”...hehehe

O tamanho das "coisas" - Parte I: "Dando nome aos bois"


E passaram-se 4 meses. Falando assim parece pouco, mas meu Deus, quanto tempo! ... quanta coisa eu fiz... quanta gente eu conheci... e quantos  lugares eu descobri! Sinceramente parece muuuito mais! E no fim das contas, é realmente mais.
Enfim chegou a hora de voltar pra casa. E embora eu deseje voltar para tudo o que está guardado nas minhas boas lembranças... eu desejo também ver tudo diferente! E provavelmente isso acontecerá. Se tudo depende dos olhos que vêem, eu tenho uma notícia pra vocês: estes aqui mudaram bastante. Mas infelizmente poucas pessoas perceberão no que estes olhos mudaram...
Antes de sair do Brasil, alguém me disse uma coisa mais ou menos assim: “quando você voltar, isso tudo aqui será muito pequeno pra você... muito pouco.” Eu respondi que não. Disse que certas coisas nunca deixavam de ser grandes. Que bela resposta não?!
Pois é, mas eu estava enganada. De fato esta viagem serviu para mudar o tamanho e a intensidade das “coisas”. Na verdade, serviu para dar o real tamanho e contorno às “coisas”.
Falo de alguns bons aspectos... que permeiam diversas ordens. Algumas “coisas” passaram a ser enormes, outras, porém, perderam a demasiada importância que lhes eram dadas. E surgiram outras tantas...
Hoje, mais que nunca, sei onde fica o meu chão.
Não sei quanto exagero tem em dizer que essa experiência mudou muito em mim, mas essa é uma verdade!
Aprendi como é essencial ter pra onde voltar, pra onde ligar e melhor...pra quem. Aí a importância da presença da família, dos amigos... daquela vista que só a janela do meu velho quarto proporciona, que nem tem muito a dizer, mas que significa muito. Aprendi a ficar sozinha, e por isso a dar valor às boas companhias..., mas também a dispensar as dispensáveis, que acabam por depender demais, e engessam as trocas saudáveis.
Aprendi que não adianta achar que o outro já sabe o que você sente... É preciso dizer. Às vezes faz bem.
A saudade é boa... mas só enquanto se espera o reencontro... que sabe-se estar por vir.
Aprendi que certas “coisas” são mesmo substituíveis... mas outras, são inesquecíveis! Por exemplo, o meu travesseiro! O gosto do queijinho branco que só se vende na mercearia do Clécio, lá na Vila Mozart. E o que dizer da Parmegiana do Sr. Roberto!!! Ahhh....
Dizem que é preciso perder para dar valor, mas nem precisa de tanto...rs. Basta que mudem-se as condições, e aprende-se logo como é bom poder fazer xixi sentada...hehehe (principalmente depois de 4 meses...rs). Sinceramente, pra mim, esse é o maior símbolo de confiança que há...rs.
Espero mesmo que tudo isso faça uma grande diferença em mim... e que isso reflita nas pessoas... mas naquelas que realmente importam. 
Algumas coisas mudaram, outras nasceram, cresceram, outras se foram... mas não posso dizer que sou outra pessoa... que tudo está diferente... até porque, em mim, como em QUASE tudo, a soma das partes é muuuuuito maior que o todo. E de novos contornos, só mesmo o meu manequim, que de 36, passou pra 38!

Despedida de Gdansk!!!


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Berlim VI


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Berlim V